quinta-feira, 11 de junho de 2020

Acesso da População da Ilha de Itamaracá ao Forte Orange pode está ameaçado


Matéria publicada ontem (10/06), no site Jornal do Commercio, aponta que o Governo Federal incluiu quatro patrimônios históricos da União no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para concessão ao setor de turismo. Entre esses patrimônios está o Forte Orange (Ilha de Itamaracá-PE), que está "na agulha" para ser privatizado juntamente como o Forte Nossa Senhora dos Remédios (Fernando de Noronha - PE), a Fortaleza de Santa Catarina (PB) e a Fazenda Pau D'Alho (SP).

A iniciativa faz parte do projeto-piloto do Programa Revive, que surgiu a partir da cooperação entre o Ministério do Turismo do Brasil e do Ministério da Economia de Portugal. De acordo com o Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro, “A concessão dos imóveis permitirá que eles possam ser utilizados comercialmente, por meio de hotéis e restaurantes, levando à restauração, conservação desses patrimônios e, também, aumentando o fluxo de turistas nesses locais. Com o objetivo final que é a geração de emprego e renda para a nossa população”, destacou.

Que os patrimônios precisam ser restaurados e conservados isto é consenso. Mas, o que não é consenso é a sua privatização. Embora o Forte Orange seja um patrimônio da União, sua importância histórica para a Ilha de Itamaracá justifica a necessidade do Ministério do Turismo abrir uma discussão pública com a população local, pois, a depender de como seja feita tal concessão, a própria população pode ser a principal prejudicada, tendo em vista que a empresa ganhadora da concessão, preocupada com o lucro, pode impor uma cobrança de entrada/ingresso que pode excluir parcela da população da cidade, por não ter como pagar pela entrada/ingresso. Isso limitaria o acesso dos moradores ao patrimônio do seu próprio município.

É necessário que a Prefeitura e a Câmara Municipal da Ilha de Itamaracá tomem as devidas providências, a fim de defender os interesses da população, provocando Ministério do Turismo para realizar audiências públicas (mesmo que virtuais) de modo à esclarecer a todos quais são os termos dessa concessão e quais serão os benefícios para a cultura e para o povo itamaracaense. 


Fonte: 

JC Online. Fortes de Fernando de Noronha e Itamaracá deverão ser privatizados. Disponível em:<https://jc.ne10.uol.com.br/economia/2020/06/5612122-fortes-de-fernando-de-noronha-e-itamaraca-deverao-ser-privatizados.html>. Acesso em: 11 jun 2020.

Brasil. Ministério do Turismo. Assinado acordo que revitalizará patrimônios históricos para uso turístico no Brasil. Disponível em:<http://www.turismo.gov.br/component/content/article.html?id=13390>. Acesso em: 11 jun 2020.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc é aprovada no Senado Federal



Em sessão realizada no dia de hoje (04/06), o Senado Federal aprovou Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc. De autoria da Dep. Benedita da Silva - PT/RJ em parceria com mais de 20 outros deputados federais*, a Lei Aldir Blanc irá possibilitar o pagamento de Auxílio Emergencial de R$ 600,00 para os trabalhadores da cultura, além de um subsídio, que pode variar de R$ 3 a 10 Mil Reais, à Espaços Culturais afetados pela Pandemia da Covid-19.

A Lei também permitirá o lançamento de Editais e Chamamentos Públicos para o manutenção agentes, espaços e iniciativas culturais, em especial para aquelas que possam ser transmitidas pela internet. Ao todo, a Lei prevê a transferência de R$ 3 Bilhões de Reais, sendo 50% repassados aos Estados e DF e 50% aos Municípios e DF, considerando os critérios do FPE/FPM e o quantitativo populacional de cada ente.

Além dos benefícios já mencionados, a Lei de Emergência Cultural possibilitará a prorrogação, por 1 ano, dos prazos de execução e prestação de contas dos projetos aprovados em mecanismos de financiamento à cultura do Governo Federal, além de autorizar que instituições financeiras concedam empréstimos e promovam condições especiais para a renegociação de dívidas já contraídas por micro e pequenas empresas do setor cultural.

Para que os benefícios da Lei de Emergência Cultural sejam implementados, a Lei precisa ser sancionada pela Presidência da República e regulamentada, com o nível de urgência que o momento requer. 

Para conhecer melhor a Lei de Emergência Cultural: CLIQUE AQUI


*Autores: Benedita da Silva - PT/RJ, Joenia Wapichana - REDE/RR, Marília Arraes - PT/PE, David Miranda - PSOL/RJ, Edmilson Rodrigues - PSOL/PA, Natália Bonavides - PT/RN, Fernanda Melchionna - PSOL/RS, Airton Faleiro - PT/PA, Lídice da Mata - PSB/BA, Paulo Teixeira - PT/SP, Marcelo Freixo - PSOL/RJ, Túlio Gadêlha - PDT/PE, Margarida Salomão - PT/MG, Sâmia Bomfim - PSOL/SP, Luiza Erundina - PSOL/SP, Alexandre Padilha - PT/SP, Talíria Petrone - PSOL/RJ, Carlos Veras - PT/PE, Chico D'Angelo - PDT/RJ, Gleisi Hoffmann - PT/PR, Erika Kokay - PT/DF, Alexandre Frota - PSDB/SP, Maria do Rosário - PT/RS e Professora Rosa Neide - PT/MT.

Sessão deliberativa remota - Recursos para o setor cultural - 04/06/2020